Para ir a Cuba a melhor maneira é a Cubana, que voltou a operar recentemente e tem vôo direto de São Paulo a Havana. Essa foi a parte por conta da viagem a Cuba, eu nunca fui muito de comprar pacotes fechados. Peguei um ônibus da Viazul de Varadero a Havana. Cuba tem algumas particularidades como a escassez da internet, portanto os processos são um pouco demorados. A partir do momento em que cheguei lá meu celular virou despertador e eu deletei minha vida online. Libertador!
Não fechei Havana com a agência porque queria ficar em Havana Velha, por lá não há muitos hotéis no sistema e além do mais, optei por ficar na casa de cubanos para ter uma experiência mais cultural. Fiz algumas pesquisas e considerei três locais: a casa do David, a da Reina e a do Fábio. Bom ter algumas opções por conta de demora e da falta de vagas. As casas particulares autorizadas pelo governo precisam pagar uma taxa mensal recebendo muitos, poucos ou nenhum visitante, elas possuem um símbolo com o dizer Arrendador Divisa. Fiquei na casa do Fábio, mas visitei a casa da Reina, o casal mora lá e te recebe como parentes ou amigos. Quando estive lá a Reina estava no Brasil, mas o Paco, seu marido é muito simpático. A vista é linda (a panorâmica é de lá) e o local é muito fresco e arejado. Ela sempre respondeu aos emails. David tem 3 opções de casa e oferece refeições e aulas de dança, mas não tive tempo de visitar. Sobre as casas recomendo que veja o quanto antes, pois emails demoram, algumas têm poucas vagas e também é bom se certificar mesmo de data, horário e algum outro detalhe importante, muitos falam inglês, mas nem todos. O hotel padrão das agências é o Habana Libre, situado em Vedado, foi utilizado pelos revolucionários e já abrigou a embaixada soviética. Outro local interessante é o Rosa de Ortega, encantador, mas desconsiderei porque queria ficar em Havana Velha.
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| Sacada do apartamento da Reina. |
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| Maquete do hotel exposta no Habana Libre. |
A casa do Fábio é linda, um verdadeiro museu, tem privacidade em suítes com cofre e frigobar e está localizada no coração de Havana Velha. Os quartos têm ar condicionado, alguns são na parte de baixo em um corredor e outros em cima. A casa dispõe de um terraço enorme com uma ótima vista de Havana Velha, mas como experiência cubana não foi tanto, pois não mora ninguém lá, é um bed and breakfast. Só servem café e precisa combinar antecipadamente. Se quiser conversar com o Fábio, sugiro que pergunte tudo quando ele o receber, pois nem sempre está pela casa.
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| Casa do Fábio. |
Não gosto muito de repetir destinos porque há muitos lugares para se conhecer, mas além de ter tido menos tempo do que gostaria, Cuba me encantou e eu certamente voltaria. Passei por algumas situações em Cuba, uma ruim foi ser abordada por um homem na rua, que ficou perguntando de onde morava, meu amigo começou a falar com ele, que foi se exaltando, nos seguindo e parecia que ia bater no meu amigo. Para fugir dele entrei num colégio, saímos de lá escoltados por uma professora, que ainda informou a polícia sobre o sujeito. As mulheres cubanas são muito valentes. A situação boa foi que ao ir assistir a cerimônia do canhão recebemos uma informação errada, pegamos uma balsa utilizada pelos cubanos (o que foi bacana), mas ao chegar do outro lado era muito longe de onde deveríamos ir. Por sorte havia um carro ali, perguntei sobre a fortaleza e percebendo o horário e a distância nos deram uma carona. O povo cubano é muito receptivo e muito alegre.
Quanto custa: Não tenho boa memória para números, mas Cuba é uma viagem barata e você tem a possibilidade de não ficar com contas. Paguei a agência (passagem, transfer, taxas e resort) à vista (até ganhei um desconto), estipulei quanto gastaria, comprei euros e não usei cartão. As casas particulares e os ônibus turísticos são bem em conta, o que vai variar é refeição, transporte e seu padrão de compras e entretenimento. Sobrou dinheiro e ainda voltei com troco, olha que trouxe presente de Natal para a família de lá. Para fazer as contas considere que com U$50 por dia você come, passeia e anda de táxi; com U$100 você pode fazer algumas regalias e comprar os artigos cubanos.
Considerações importantes sobre Cuba: Para entrar no país são necessários a tarjeta e o seguro saúde, a agência pode providenciar isso. A vacina da febre amarela não é exigida, mas conforme seu vôo pode ser necessário. Leve euros, jamais dólares americanos. O câmbio pode ser feito no aeroporto, em hotéis e em bancos. Os cartões de crédito são pouco aceitos. Há duas moedas em circulação os pesos conversíveis (CUC) utilizados pelos turistas e os pesos cubanos (CUP), fique atento, pois 1 CUC vale aproximadamente 25 CUP. Procure ter notas de menor valor, pois troco é difícil. Turistas normalmente pagam mais caro, se preferir troque alguns CUC por CUP. Compre rum no aeroporto, a menos que você queira algo muito específico porque pode não ter. Informe-se sobre limite de rum, charuto e bagagem. Consta que são 50 charutos e 3 garrafas (no aeroporto comprei 4 sem problemas). Compre um mapa, é muito útil, principalmente para andar em Havana Velha. Caminhar é o melhor jeito de conhecer e sentir a cidade. É possível acessar internet na ilha e costuma ser caro. Leve papel higiênico ou lenços de papel, por lá é controlado e em locais públicos evita imprevistos. Leve também artigos pessoais como absorvente, sabonete e desodorante, pois não os encontrará com facilidade por lá. Normalmente os comércios são pequenos e não há artigos em abundância até porque não podem desperdiçar ou estragar. Muitas coisas são para turistas, a população ganha pouco e se vira como pode para sobreviver, mas há alguns cubanos com situação melhor. Não existe analfabetismo, os cubanos têm acesso gratuito à educação. Eles são muito simpáticos, mas pelas suas dificuldades, muitos querem oferecer algo, fique atento com abordagens. Cuidado também com os táxis, combine o preço antes. Os preços costumam ser mais baratos em lojas de hotéis. É seguro andar pelas ruas, à noite evite carregar muita coisa. Se for viajar de ônibus a Viazul vende passagens pelo site, é mais seguro comprar para garantir data e horário. Caso contrário é possível comprar passagem sem data, mas é preciso chegar com antecedência. É possível também locar carros (pode não ser a melhor opção) ou utilizar carros particulares, o pessoal das casas tem referências de motoristas. Nem tudo é muito organizado, por exemplo, para quem já fez cruzeiro ou está acostumado com horários britânicos pode estranhar um pouco. Informe-se sobre horário de funcionamento. Vale para qualquer destino: leve uma bateria extra da máquina para não perder nenhum click. O que se costuma trazer de lá: rum, charutos, chocolate, café, perfumes e há livros muito baratos. Chegue com antecedência para fazer o check in no aeroporto, que é repleto de pássaros e agora tem ar condicionado. Guarde 25 CUC para pagar a taxa de saída. Pode fazer o câmbio após a imigração e comprar rum, café e outros no free shop.
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